29 Set Setembro Mês Mundial Alzheimer
PREVÊ-SE QUE OS CASOS DE DEMÊNCIA TRIPLIQUEM ATÉ 2025
- Atualmente, 200 994 pessoas vivem com demência em Portugal.
- Até 2050, esses números devem exceder as 351 504 pessoas com demência, um aumento impressionante de 75%.
- A cada 3 segundos, alguém, no mundo, desenvolve demência.
- Estas tendências refletem os padrões globais com 55 milhões de pessoas a viverem com demência no mundo, um número que deve aumentar para 139 milhões até 2050.
- Em 2050, mais 150 510 pessoas com demência precisarão de apoio após o diagnóstico, mas em Portugal as respostas são, lamentavelmente, insuficientes.
- Neste Mês Mundial da Doença de Alzheimer, as Obras Sociais de Viseu – Centro de Apoio às Pessoas com Alzheimer e outras Demências – e a Alzheimer’s Disease International (ADI) encorajam os governos e as entidades de saúde pública a agir, caso contrário, serão confrontados com uma crescente crise de saúde pública.
Viseu – 1º de setembro de 2022: No início do Mês Mundial de Alzheimer, as Obras Sociais de Viseu – Centro de Apoio às Pessoas com Alzheimer e outras Demências – e a Alzheimer’s Disease International (ADI), a federação global de mais de 105 associações de Alzheimer e demência em todo o mundo, pedem à Organização Mundial da Saúde (OMS), governos e outras agências de saúde pública que implementem, urgentemente, o apoio necessário, após o diagnóstico, para aqueles que vivem com demência, à luz das novas e alarmantes previsões da prevalência.
Uma investigação do Institute for Health Metrics and Evaluation mostrou que 200 994 pessoas vivem atualmente com demência em Portugal, um número que deverá aumentar para 351 504 até 2050, um aumento colossal de 75%. Se estes números nos podem surpreender, é provável que a verdadeira magnitude do problema se encontre subestimada, pois estão a surgir evidências de que a COVID-19 pode aumentar o risco de desenvolver demência, numa fase mais tardia da vida e as taxas de diagnóstico da doença, em muitos países, são muito baixas.
A diretora geral da ADI, Paola Barbarino, diz que a maioria dos governos do mundo não se preparou e que, estando o tempo a esgotar-se, ainda é possível agir.
“Especialistas em demência, em todo o mundo, mostraram que estamos no caminho para um aumento extraordinário na prevalência de demência nos próximos anos. Sabemos que qualquer outra doença, que previsse a triplicação do número de casos, em menos de 30 anos, certamente chamaria a atenção dos governos, mas é frustrante que a maioria ainda não tenha planos de demência, apesar de se terem comprometido a desenvolvê-los em 2017. E, infelizmente, sabemos que o estigma e a discriminação, que ainda existem em torno da demência, leva a que muitas pessoas permaneçam sem diagnóstico, excluindo milhões de pessoas em todo o mundo de tratamento e apoios vitais.”
O Mês Mundial de Alzheimer é uma campanha anual de sensibilização que une pessoas de todos as partes do mundo para consciencializar as comunidades e desafiar o estigma que persiste em torno da doença de Alzheimer e de todos os tipos de demência. O tema do Mês Mundial da Doença de Alzheimer deste ano é “Conheça a Demência, Conheça a Doença de Alzheimer” e é baseado no poder do conhecimento, com foco no tratamento pós-diagnóstico e no apoio às pessoas que vivem com demência.
Segundo José Carreira, Presidente das Obras Sociais – Centro de Apoio às Pessoas com Alzheimer e outras Demências – o apoio pós-diagnóstico é ténue e muitas pessoas diagnosticadas com a doença não conseguem aceder aos tratamentos e aos apoios de que precisam: “Portugal não é exceção, está quase tudo por fazer. Desde que foi aprovada a Estratégia da Saúde na área das Demências (junho de 2018), pouco ou nada se avançou. As pessoas com demência, os seus cuidadores (informais e formais) e as famílias continuam muito desprotegidas a enfrentar as consequências avassaladoras da doença. É frustrante que o nosso país, que assumiu o compromisso, em 2017, de desenvolver um Plano Nacional para as Demências, ainda não o tenha feito.” José Carreira recorda que “o risco de discriminação e de perda de direitos aumenta quando se trata de uma mulher, mais velha, pobre e com demência.” Alerta também para “o binómio pessoa com demência VS cuidador da pessoa com demência. Estamos a falar de um universo de cerca de 401 988 pessoas em 2019 e de 703 008 em 2050. É urgente agirmos!”
Barbarino diz que os governos de todo o mundo têm as ferramentas à sua disposição para mitigar esta crise de saúde pública e fornecer o apoio necessário para aqueles que vivem com demência, mas muitos governos ainda se recusam a agir:
“Em 2017, todos os 194 Estados Membros da OMS se comprometeram a aumentar a sensibilização e a implementar medidas de redução do risco de demência através do plano de ação global da OMS sobre a resposta de saúde pública à demência. Mas, até agora, apenas 39 Estados Membros dos 194 cumpriram a sua promessa. As evidências e as projeções são inequívocas. Os governos deparam-se com duas opções: agir de acordo com o seu compromisso de 2017 ou tropeçar deliberadamente numa das maiores crises de saúde pública do nosso tempo”.
José Carreira
Obras Sociais Viseu
Centro de Apoio às Pessoas com Alzheimer e outras Demências
T: +351 963519158
E: obrassociaiscmsmviseu@gmail.com
OBRAS SOCIAIS VISEU
As Obras Sociais de Viseu trabalham para contribuir para a longevidade feliz das pessoas, ao longo do percurso de vida, promovendo, na comunidade em que nos inserirmos, a saúde, a segurança, a participação e a aprendizagem, potenciando a autonomia, a não discriminação e a inclusão. No Centro de Apoio às Pessoas com Alzheimer e outras Demências, a nossa ação desenvolve-se em torno de 4 eixos de intervenção:
- Serviços para o cuidador
- Serviços para a pessoa com demência
- Serviços para a comunidade em geral
- Parcerias
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