
17 Set Nova esperança para os doentes com Alzheimer: cientistas conseguem impedir a morte de neurónios em ratos
ARTIGO EM DESTAQUE: “Nova esperança para os doentes com Alzheimer: cientistas conseguem impedir a morte de neurónios em ratos”
Estudo poderá, segundo uma das investigadoras, ajudar a “encontrar terapias para evitar a perda de células neuronais”. Equipa conseguiu impedir a morte de neurónios em ratos, depois de introduzir 100 mil neurónios humanos no cérebro dos animais.
Uma equipa de investigação introduziu 100 mil neurónios humanos no cérebro de pequenos ratos para procurar perceber o que acontece durante a doença de Alzheimer. Depois de observar como as células morrem, conseguiu, através de um tratamento oral, impedir essa mesma morte. O trabalho foi publicado na quinta-feira na revista científica Science.
Uma vez que os ratos normais não têm Alzheimer, os cientistas modificaram-nos geneticamente para sofrerem uma acumulação da proteína amiloide. Com a introdução de neurónios humanos no cérebro, foi possível identificar o mecanismo responsável pela destruição neuronal. Dois medicamentos evitaram a morte dos neurónios nos ratos: o ponatinib – para a leucemia – e o dabrafenib – para o melanoma.
“Ainda não existem medicamentos que curem ou ajudem a aliviar os sintomas da doença de Alzheimer. Este estudo poderá ajudar a encontrar terapias para evitar a perda de células neuronais”, afirmou Amaia Arranz, uma das autoras do estudo, ao “El País”.
Na análise, os neurónios humanos mostraram imediatamente as marcas da doença, ou seja, a acumulação das proteínas tau e amiloide e morte celular. Por outro lado, os neurónios dos ratos permaneceram intactos. Estes resultados demonstram, para os investigadores, que existe uma “vulnerabilidade especificamente humana” à doença de Alzheimer.
Os 100 mil neurónios humanos implantados permanecem numa região muito específica. “O cérebro do rato continua a ser um cérebro de rato, com uma pequena parte que contém células humanas. Não vamos criar monstros ou frankensteins”, explicou ao diário espanhol a neurocientista do Achucarro Basque Center for Neuroscience.
As causas do surgimento da doença de Alzheimer continuam por descobrir. Outro dos investigadores que participou no estudo, Bart De Strooper, salientou à BBC que esta é a “primeira vez” em que existe “uma pista sobre como e por que é que os neurónios morrem” nesta doença. Para o biólogo do UK Dementia Research Institute, a descoberta pode conduzir a “toda uma nova linha de desenvolvimento de medicamentos”, o que exigirá anos de investigação.
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